GASTRONOMIA MOLECULAR
O que é?
Criada em 1988 pelo físico Húngaro Nicholas Kurti (1908-1998)
e o químico francês Hervé This, a Molecular Física e
Gastronomia (nome dado por Kurti em 1988, e rebatizado de
Gastronomia Molecular por Hervé This em 1998),
é uma disciplina cientifica que estuda,
há mais de 20 anos, os fenômenos físico-químicos que ocorrem durante o ato de cozinhar.
É centrada na compreensão racional e transformação dos métodos de cocção, de maneira a
garantir melhor qualidade nutricional, maior precisão nos gestos culinários
e melhor sabor e novas texturas para os alimentos.
Definida por Hervé This como “A ciência que estuda as transformações e
outros fenômenos culinários”, a Gastronomia Molecular não deve ser confundida
com a Cozinha Molecular, que diz respeito à aplicação das técnicas da Gastronomia Molecular.
Fundamentos da Gastronomia Molecular
A investigação dos provérbios culinários propostos pela gastronomia
molecular, através da exploração laboratorial das receitas,
assim como a introdução de novos equipamentos, ingredientes e métodos de cozinhar,
possibilita- nos a precisão na criação de novos pratos, ou até mesmo
justificarmos em um processo físico-químico, o porquê de velhas receitas
consagradas como se fossem “mitos”, produzidas
com empirismo e romantismo por nossas mães e avós.
Apesar da eletrificação de vários gestos culinários,
hoje desempenhados por batedeiras, liquidificadores, refrigeradores,
Juicers, cafeteiras, amassadeiras e outros pequenos avanços nos
últimos 100 anos, boa parte do conhecimento em que
se baseava o cozinhar vinha-nos intacto da Idade Média.
De fato a gastronomia molecular responde a várias necessidades novas.
A indústria da alimentação partiu dos conhecimentos tradicionais de cozinha,
os reformulou e avançou, ao passo que a culinária doméstica, assim como
a cozinha artesanal, ficaram apenas tendo a tradição como referência.
Assim a gastronomia molecular rompe com essa dinâmica e implanta
nesses seguimentos os mesmos procedimentos de indagações da indústria da alimentação.
As indústrias e restaurantes de hoje, procuram atender ao reclame
de uma alimentação mais segura e saudável. Nesse caso,
a gastronomia molecular pode contribuir muito com o processo de criação,
através de metodologias precisas e entendimento dos processos de produção,
sem sobrepor ao dom artístico e único de cada chef. Os restaurantes de hoje,
assim como as indústrias alimentares, necessitam de investimentos em
pesquisas e desenvolvimentos, para atender aos novos valores do
público que privilegiam a “inovação”, o “inusitado” e a “surpresa” onde, antes,
prevalecia a repetição monótona de um procedimento qualquer.
Desafiar os sentidos, maximizando sensações com a desconstrução e
reconstrução de novas texturas em clássicos da culinária mundial, torna-se
totalmente viável e atrativo, utilizando-se como ferramenta
principal a gastronomia molecular. Nos últimos anos, tem sido colocado ao
alcance dos cozinheiros moleculares de todo o mundo uma incrível
gama de produtos utilizados em grande escala pela indústria de alimentos,
como hidrocoloides, enzimas, algas desidratadas e gelatinas, com o objetivo
de facilitar e ampliar técnicas tão reverenciadas, como gelatinização,
esferificação, construção de espumas e ares, texturização de lipídios, colagem de proteínas,
dentre outros, que você começar a entender a partir
de agora.
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